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Tabela nutricional — Por que usá-la mesmo não sendo obrigatória?
Post atualizado em 03/2021
Atualização: Em outubro de 2020 a Anvisa publicou alterações significativas na legislação de rotulagem nutricional, como a obrigatoriedade de marcar os valores de referência também para 100mL ou 100g na tabela nutricional, além de apontar também a necessidade de avisos na frente do rótulo caso o produto ultrapasse valores preestabelecidos em sódio, gordura saturada ou açúcares adicionados.
Acesse aqui e leia sobre as novas regras da Anvisa para rotulagem nutricional.
Você sabia que a tabela nutricional nem sempre é de uso obrigatório nos rótulos dos alimentos? Pois é, existem alguns tipos de produtos que não requerem a rotulagem nutricional, como bebidas alcoólicas, água mineral e especiarias.
Produtos que já vêm prontos para o consumo e são preparados no próprio estabelecimento comercial (como é o caso de padarias e restaurantes) são outros que também não requerem esse tipo de rotulagem.
Sendo assim, muitos empresários que trabalham nesses ramos podem optar por não colocar rótulos com tabela de informações nutricionais por uma questão que pode até ser pensada como economia.
Entretanto, esse pensamento simples pode estar fechando os olhos desses comerciantes para as possibilidades de usos estratégicos da tabela nutricional.
Esses usos podem servir como forma de gerar valor para o produto e para a marca, ajudar no posicionamento de mercado, além de inspirar confiabilidade e fidelizar clientes.
Ficou interessado em como isso pode ser feito? Então acompanhe os próximos tópicos deste post!
Que mercado é esse que se interessa pelas informações nutricionais?
Para quem é do ramo e está por dentro das tendências, é impossível negar que o mercado de alimentos vem mudando muito nos últimos anos. Essas e outras mudanças apontam para uma transformação em curso na relação das pessoas com o que elas comem e no porquê elas comem.
A saudabilidade (o quão saudável é um alimento) virou fator decisivo para o consumidor na hora de optar por um produto ou uma marca — e são diversas as maneiras com que essa alimentação saudável é buscada.
Menos ou zero açúcar, menos sódio, ausência de agrotóxicos, presença ou não de alguns componentes causadores de alergia: são diversas as maneiras como os consumidores procuram uma alimentação mais saudável.
De acordo com uma pesquisa publicada no site da Forbes, questões relacionadas à saúde, como a epidemia de obesidade nos Estados Unidos, deixaram a população mais atenta às informações nutricionais presentes nos rótulos.
A porcentagem de pessoas em dieta que realmente prestam atenção a elas chega a 81%, e mesmo entre quem não faz dieta, 72% afirmam que leem essas informações.
Juntamente com a questão da saúde, existe a tendência de "voltar às origens", que também tem uma relação com a busca pelo saudável — mas que passa pela escolha de produtos de origem caseira ou artesanal, que tenham passado por menos processos industrializados e que também ofereçam uma ideia de proximidade com quem produziu.
Todos esses fatores oferecem uma série de possibilidades quando falamos de marketing. Entre elas está o uso da tabela nutricional como estratégia, como falaremos a seguir.
Como a tabela nutricional pode ser uma ferramenta de vendas nesse contexto?
Primeiramente, lembremos que a presença das informações nutricionais e dos ingredientes descritos no rótulo do produto são, com exceção daqueles que citamos na introdução do texto, um direito do consumidor.
A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) fiscaliza e regulamenta o que obrigatoriamente deve estar presente nos rótulos dos alimentos.
Nesse sentido, existe uma relação forte de busca por transparência em se tratando das informações nos rótulos dos produtos. Ao contrário da publicidade, que está autorizada e já é conhecida por usar métodos persuasivos, as informações nutricionais devem ser factuais e o mais objetivas possível.
Desse modo, o consumidor tende a confiar naquilo que encontra descrito nos rótulos e é nesse ponto que as tabelas nutricionais podem se tornar uma estratégia para conquistar público, vender mais e fidelizar clientes.
Nesse contexto em que o mercado demanda por produtos "mais saudáveis", com baixo teor de sódio, açúcares, gorduras e calorias, ou por produtos que não contenham esse ou aquele ingredientes específicos, é nos rótulos e nas tabelas nutricionais que os consumidores vão encontrar essas informações.
Engana-se quem pensa que as tabelas não são levadas a sério e fiscalizadas pelos próprios consumidores.
Movimentos como o Põe no Rótulo brigam para que, cada vez mais, informações importantes como a presença de possíveis causadores de alergia estejam presentes e visíveis nos rótulos dos alimentos, expondo marcas que deixam a desejar nesse aspecto.
Produtores e lojistas devem estar cada vez mais preparados para ações como essa. Uma pesquisa da Euromonitor listou entre 10 tendências globais de consumo a "Cultura da reivindicação" e o "Consumidor detetive".
Isso quer dizer que cada vez mais os consumidores estão fazendo sua voz ser ouvida por meio de movimentações online e nas redes sociais, além de estarem ainda mais desconfiados das informações que recebem e na busca por apurá-las.
Desse modo, é na tabela nutricional que seu produto pode se diferenciar ainda mais do concorrente, demonstrando atenção não só às tendências do mercado, mas à própria saúde do possível cliente.
Além disso, essas informações são indispensáveis quando se trata de adentrar certos nichos de mercado.
Esse é o caso de quem se compromete, por exemplo, a produzir para intolerantes à lactose ou para os celíacos (pessoas sensíveis ao glúten), além dos vegetarianos (que não consomem carne) e veganos (que não consomem nada de origem animal).
Qual é a vantagem de usá-la até quando não for obrigatório?
Como dissemos, as tabelas nutricionais podem ser justamente o ponto em que seu produto vai mostrar o diferencial ao cliente na hora da compra.
Ao apresentar a informação nutricional nos casos em que o uso da tabela não é obrigatório, seu produto passa a entregar mais valor para seus clientes, especialmente quando comparado aos concorrentes que não rotulam seus produtos com a tabela.
Lembra quando falamos da relação de transparência proposta pelas informações dos rótulos dos alimentos?
Então... ao optar por apresentar a tabela mesmo quando não é obrigatório, você e sua empresa cumprem com o objetivo de serem transparentes com o consumidor.
Desse modo, além da tabela fornecer as informações importantes para a dieta do comprador, você faz a ele a proposta de uma relação de confiança no seu produto e, consequentemente, na sua marca.
Percebendo o compromisso com a transparência, é muito mais provável que o consumidor não só volte a comprar, como passe a indicar seu produto para outras pessoas.
A saúde é um valor muito importante nos dias de hoje, e por ser algo que nos faz tão vulneráveis, merece ser tratado com respeito e seriedade.
Ao se comprometer e cumprir as promessas em relação à saúde e ao bem-estar do consumidor, é bem provável que daí surja uma forte relação de fidelidade dele com a marca.
Entendeu por que você deve usar a tabela nutricional, mesmo sem ela ser obrigatória?
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